sexta-feira, 19 de julho de 2013

Artigo do conselheiro, Nelson Lemos Duarte da Silva

Nelson Lemos
Duarte da Silva
Está difícil solucionar as questões da saúde. E o governo afirma que a culpa é da “omissão dos médicos”. No entanto, o problema é que não se consegue vencer os ditames da economia de mercado destinados ao bem-estar da população. Os médicos têm dificuldades, desde Hipócrates, de lidar com questões econômicas. Afinal, é impossível comprar saúde e recursos com os valores investidos. Não está claro?

O governo insiste em adquirir assistência médica barata, fora do “preço de mercado”. E é certo que não conseguirá. Nem com cubanos, nem com estrangeiros, é possível colocar, com segurança, recursos de modo a satisfazer as necessidades das regiões carentes. O preço é o de mercado, não há como contornar isso. E a falta de percepção dessa realidade resulta nas lutas de rua, gritos de palavras de ordem e postergação de um “acerto de contas”.

Se o governo quer insistir em comprar a saúde abaixo do valor do preço justo, é melhor começar a tentar revogar primeiro a lei da gravidade. Quem sabe fazer canetas flutuarem, para iniciar com um exemplo leve. Dessa forma, poderá tentar revogar a lei de mercado, que é um pouco mais difícil que a lei da gravidade.

Causa-me dor ver toda dificuldade que se tem para chegar a acordos, bem como ver com clareza que tudo se resume no preço justo, pois, independente de qualquer atitude, prevalecerá a lei de mercado acima de toda a nossa inteligência. Assim como, prevalecerá o movimento das ofensas, as tentativas de depreciação, a desvalorização dos médicos, os processos aos ministros, as tentativas de derrubar cargos governamentais e as paralisações que prejudicam a população.

O momento deixa claro que não há saúde em locais periféricos, pela simples falta de recursos econômicos e por que o governo foi “atrapalhado” em licitar este serviço, indispensável à população. Tal reclamação procedente foi mais uma promessa de campanha. Os ditames da economia de mercado determinam essa crise, não há mágica que faça aparecer médicos e recursos nesses locais.

Os médicos têm representantes hábeis para negociar em todos os estados e entidades que, reunidas, possuem legitimidade para representar a classe. A licitação proposta pelo poder público e as atitudes ditatoriais que alteram leis e suprimem os direitos dos brasileiros e estudantes de medicina, não são a solução “barata” que o governo sonha em dispensar para saúde do Brasil.

Vamos evoluir como nação para não pagarmos caro pela inépcia! Reunir médicos representantes de cada estado e governo, resolver em alto nível, criar soluções regionalizadas e tratamento individualizado. Vamos otimizar a saúde do Brasil!

Nelson Lemos Duarte da Silva.
Presidente da AMEDPEL e Conselheiro da AMRIGS
Pelotas, 18 de julho de 2013.

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