sexta-feira, 29 de junho de 2012

Imagem corporal nos transtornos alimentares e obesidade é tema de palestras na AMRIGS

A Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS) convida para atividade científica “Imagem Corporal nos Transtornos Alimentares e Obesidade - a Interface entre a Psiquiatria e a Dermatologia”. A atividade gratuita é direcionada a médicos, psicólogos e profissionais da saúde. O evento acontece dia 5 de julho de 2012 as 22h30min no Centro de eventos da AMRIGS.  

Interessados podem inscrever-se por e-mail ou telefone na secretaria da APRS – aprs@aprs.org.br - (51) 3024.4846.

Clique no cartaz para mais informações.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dra. Lia Scortegagna entra para Galeria de ex-presidentes do CR

Obs: Data corrigida.
No intervalo da reunião do dia 19 de maio foi inaugurado do quadro da ex-presidente, Dra. Lia Mariza Cerutti Scortegagna, na Galeria de ex-presidentes do CR. No posto por dois mandatos, Dra. Lia foi a terceira mulher a presidir o Conselho de Representantes.
O presidente da AMRGS, Dr. Dirceu Rodrigues, discursou na ocasião
Aplausos no momento da inauguração
A ex-presidente registrou o momento com a atual mesa diretora... 
... e com mesa diretora de sua gestão: Dra. Miréia Simões Pires Wayhs e Dr. Izaias Ortiz Pinto


Sábado acontece evento da Associação de Psiquiatria na AMRIGS

Neste sábado, dia 16 de junho, acontece na sala 21 o evento "Dilemas Éticos e legais da psiquiatria atual". As palestras, que iniciam as 9h abordarão o novo Código de Ética e a Lei do Ato Médico. Veja os detalhes no cartaz (clique sobre o cartaz para ampliar):

sábado, 9 de junho de 2012

“Temos que enfrentar um novo intermediário, que são os gerenciadores da saúde”, alerta o presidente do Cremers

Dr. Rogério Aguiar (esq.) falou por 20 minutos ao Conselho de Representantes da AMRIGS 
Dr. Rogério Wolf de Aguiar, novo presidente do Cremers, esteve na reunião de maio do Conselho de Representantes da AMRIGS. Presidente em exercício de 1º de fevereiro a 30 de setembro de 2013, ele relatou sua trajetória e afirmou a necessidade de as entidades médicas unirem forças. “O Conselho de Representantes e a Diretoria da AMRIGS podem ser uma ouvidoria. Nós temos que ter uma comunicação direta”, sugeriu o presidente.

Entre os batalhas a serem travadas conjuntamente está a pelo maior investimento em saúde, pois hoje, como afirma o presidente, esta é financiada com a exploração do médico. “O SUS é o maior atendimento público e universal somente no papel”, diz. O psiquiatra lamentou a perda da relação médico-paciente, tanto para o aparato tecnológico quanto para os gerenciadores da saúde – planos de saúde e SUS. E lembrou que Stefan Zweig alertou para o excesso de objetivação e tecnicalização do trabalho médico tendo iniciado já no século XIX. 

Dr. Aguiar participou das negociações para definir deveres dos planos de saúde junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar representando a Sociedade Brasileira de Psiquiatria e, posteriormente, a AMB e o próprio Ministério da Saúde. Participou também da criação da tabela CBHPM. 

Confira a entrevista, em vídeo, concedida após o encontro, ou leia os principais pontos da conversa:



A perda da relação médico-paciente é uma preocupação desde o século XIX? 
Dr. Rogério Aguiar – Naquela época surgiam os primeiros exames. E o médico cada vez mais se apoiava nos exames complementares, importantes, mas em detrimento da observação clínica, da acurácia, da boa conversa, do tempo disponível. É mais fácil rápido solicitar o exame e receitar o remédio, mas o que está por trás dos primeiros sintomas vai deixando de ser investigado uma vez que o olho clínico vai sendo substituído pelo aparato tecnológico. 

Tem como reverter isso? 
Dr. Aguiar – Eu acho que seria desejável recuperar uma parte disso. Nós não podemos desprezar a importância da tecnologia. Para isso, precisamos agir no ensino medico, dentro das faculdades para que se recupere uma parte exageradamente esquecida da relação médico-paciente e da experiência do médico clínico que não é inteiramente substituída pela medicina baseada em evidências praticada hoje; precisamos da educação continuada para os médicos já formados; e temos que enfrentar um novo intermediário, além da tecnologia, que são os gerenciadores da saúde. São eles: os planos de saúde e os serviços de saúde pública. Então temos que ter uma maior imposição da presença das entidades médicas e de outras áreas da saúde no gerenciamento da prestação de serviços na saúde. Se isto fica relegado inteiramente a outros interesses nem os médicos, nem os pacientes estarão bem representados. 

O que está sendo feito quanto aos planos de saúde? 
Dr. Aguiar – Eu participei das negociações para regulamentação dos planos de saúde. Para o governo fazer uma proposta que fosse aprovada a comissão do Ministério de Saúde pediu a todos os representantes dos planos de saúde que abrissem sua planilha de custos para saber quanto custa cada procedimento. Como resposta apenas Cassi, Caberj e Petrobras disponibilizaram sua planilha de custos. Todos, planos de saúde de auto-gestão, que não visam o lucro. Por estes se sabe que a área de saúde mental não representa mais de 3% do gasto. Dos outros mais de mil planos de saúde, nenhum abriu sua contabilidade. À partir daí eu me senti autorizado a dizer que não é verdade que os planos de saúde vão quebrar. E não sou eu que tenho que provar, mas os planos de saúde que nunca responderam. Então a história de que vai quebrar não comove. Pode quebrar por má gestão. Quanto a CBHPN, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) considerou que a tabela da AMB era cartel. E conseguiu proibir que tivesse procedimentos com custos mínimos. Agora está havendo a possibilidade de se considerar esta tabela como referência, não obrigação. A OAB tem sua tabela, mas a dos médicos não foi aceita. Com isso, o CADE obriga os médicos a negociarem seus honorários e questões trabalhistas com meia dúzia de entidades que representam os milhares de planos de saúde, com poder econômico muito grande, individualmente. E proíbe as entidades médicas de representarem os médicos nas negociações salariais. 

As entidades vêm alertando que não faltam médicos, mas o governo segue criando novas faculdades e revalidando diplomas sem necessidade de prova. O senhor acredita que vai haver necessidade de criar um exame como o da OAB? 
Dr. Aguiar – O Conselho Regional de Medicina de São Paulo defende a criação de um exame para atuar em São Paulo. É uma iniciativa individual, mas existe um movimento para que haja a criação deste exame e até da Ordem dos Médicos do Brasil, que unificaria as entidades médicas, como a faz a OAB. Mas não há um esforço das entidades nacionais para que isto ocorra. O que há são ideias, como este exame exigido para médicos estrangeiros que queiram praticar medicina no Brasil ser também exigido aos brasileiros. São questões a serem discutidas. Por enquanto o Cremers e o CFM não têm aprovado nem a Ordem dos Médicos, nem a revalidação automática.
(Sobre o convênio com médicos da fronteira) 
Dr. Aguiar – O Cremers está com um recurso com o despacho de um juiz federal que entendeu que um convênio particularmente assinado dentro do âmbito do Mercosul com o Uruguai, que é um esforço para atender a população da fronteira, para que possa haver prestação de serviço num espaço de 20 Km de cada lado da fronteira. Mas o convênio estabelecido até agora, no entendimento do Conselho, não autoriza que haja, individualmente, a prática de um médico do Uruguai, da Argentina ou do Paraguai, sem formalidades no território brasileiro. Tem que se inscrever no Conselho de Medicina do Rio Grande do Sul para que possa ser fiscalizado, como acontece com médicos daqui que vão trabalhar em Santa Catarina, por exemplo. Sem o registro eles estão trabalhando irregularmente e criando outros problemas, porque a receita do médico uruguaio sem CRM não é aceita nas farmácias do Brasil, ele não pode assinar prontuários. A menos que um colega brasileiro assine por ele, o que é crime. 

O que estes médicos precisam fazer para se inscreverem no Cremers? 
Dr. Aguiar – Ele tem que apresentar uma documentação. O que este convênio entre Brasil e Uruguai prevê, no nosso entendimento, é que o profissional da saúde com profissão regulamentada poderá trabalhar aqui sem dispensar as normas legais de cada país, isto está escrito e portanto tem que se inscrever no Conselho, mas ele fica dispensado de ter um visto permanente de residência. Ele continua sendo cidadão uruguaio mas pode trabalhar aqui. Isso serve para facilitar o atendimento se não tem do lado brasileiro. Não obrigar uma pessoa a viajar 100Km, 200Km para ter um atendimento que ele pode ter do outro lado da rua. Só que isto tem que ser bem regulamentado. O médico tem que provar sua condição de médico e está dispensado de certas formalidades. Se ele não faz isso ninguém fiscaliza. 

Qual a mensagem que o Cremers quer deixar aqui na AMRIGS? 
Dr. Aguiar – Neste momento é a união das entidades médicas na defesa da valorização do trabalho médico ético, da dignidade do trabalho médico e da dignidade da população que precisa de um bom atendimento na área da saúde. As entidades médicas, cada uma na sua área de atuação, devem se unir cada vez mais para formar uma força realmente influente nas decisões que atingem a prática da medicina no Brasil.