sábado, 15 de dezembro de 2012

Estilo de vida atual leva a aumento da incidência de osteoporose

II Fórum do CR levantou novas discussões sobre a doença 

O padrão de beleza de magreza excessiva, falta de exposição ao sol (seja por longos períodos de trabalho em ambientes fechados, seja pela prevenção do câncer de pele), poucas horas de sono e sedentarismo. Este é o estilo de vida que leva os indivíduos direto para a osteoporose. O Ministério da Saúde já considera as fraturas por queda devido à osteoporose uma epidemia. No dia da osteoporose (20 de outubro) os palestrantes do II Fórum do Conselho de Representantes da AMRIGS trataram da prevenção desta doença desde a infância até a velhice, numa abordagem multidisciplinar do tema. Dra. Lia Mariza Cerutti Scortegagna (ginecologista) mediou o evento.
Os palestrantes Duarte dos Santos, Benvenuti, De Boer, Sofia do Canto e Varo Duarte

Considerada problema de saúde mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença silenciosa atinge mais mulheres do que homens. Estudos apontam que uma em cada três mulheres terão a doença após a menopausa. A incidência é maior neste período devido a progressiva diminuição do estrogênio durante o climatério. Segundo a ginecologista, Dra. Norma Benvenuti, mulheres que fazem uso contínuo de anticoncepcionais que interrompem o ciclo menstrual, principalmente durante a adolescência, são ainda mais propensas pois prejudica a formação da massa óssea.

Outros fatores de risco são o tabagismo, cafeína, alimentos ácidos, álcool, sedentarismo, alguns medicamentos (corticoides, anticonvulsivantes, hormônios da tireoide, etc) e doenças (insuficiência renal, diabetes, etc). Infelizmente, mesmo conhecidos os riscos e meios de diagnóstico, 75% dos casos só são identificados após a primeira fratura. “Tudo isto é sabido. Só que temos um problema: criança, adolescente não vai ao médico. Homens adultos também não”, explica o Dr. José Carlos Duarte dos Santos (pediatra).

Dr. Itamar Sofia do Canto (ortopedista) alerta para um perigo menos evidente: o movimento de cruzar as pernas. Este simples ato diminui o fluxo de sangue no fêmur, o que, quando habitual, reduz a chegada de minerais ao osso aumentando a chance de fraturas.

A novidade foi a relação entre sono e osteoporose. Dr. Renato Menezes de Boer (neurologista), apresentou estudos recentes que indicam que a apneia do sono, bem como a privação (dormir menos de seis horas por noite) pode causar desmineralização óssea. Os microdespertares, que ocorrem na apneia, reduzem a qualidade do sono. Os fogachos da menopausa são outro causador de microdespertares.

Mas as pesquisas indicam que mais de dez horas de sono também é ruim por questões indiretas, como redução do tempo de exposição ao sol e o longo período de imobilidade. “Como a osteoporose é multifatorial, não podemos esquecer do sono” finalizou o neurologista especialista em sono.

RESERVA ÓSSEA 
A formação da massa óssea atinge o pico aos 30 anos. Daí em diante há perda desta reserva. A importância da ingestão adequada de cálcio é conhecida por boa parte da população, mas não é o único fator para ter ossos fortes. Para o cálcio ser absorvido o organismo precisa de vitamina D. Já para a absorção desta vitamina é necessária a ingestão associada de gordura além de exposição à luz solar. É um processo interdependente.

Dra. Norma considera os exercícios físicos – especialmente o treino de força – como principal aliado para o ganho de massa óssea. Mesmo assim, lembra que, em excesso, o mesmo pode causar perda pelo baixo nível de gordura corporal. É o que ocorre com atletas.

Os médicos palestrantes recomendam empenho para acumular a melhor reserva possível de massa óssea do nascimento até os 30 anos – fase em que esta está em ascensão. Para o Dr. Luiz José Varo Duarte a amamentação é fundamental. Segundo o nutrólogo e endocrinologista, o leite materno contém todos os ingredientes necessários para o bebê, e o não aleitamento é prejudicial à reserva óssea.

NA ESCOLA 
Para Dra. Norma e Dr. Varo, a merenda escolar deve ter mais cálcio e vitamina D. Norma preocupa-se ainda com a dispensa da educação física. Ela ressalta que a asma, o déficit de atenção e outros problemas de saúde que as crianças informam nos atestados apresentam melhora com a atividade física, não sendo motivo para deixar de fazê-la.

Dr. Duarte dos Santos acredita que a solução está em ensinar às crianças e adolescentes como ser um adulto saudável e conscientizá-las do período de crescimento e perda da matriz óssea. Para ele, a educação, no seu sentido mais amplo, é um meio e não um fim em si mesmo.

VEJA A PALESTRA EM VÍDEO 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Dr. Hans Ingomar Schreen representará a AMRIGS no Conselho Estadual de Saúde


O conselheiro nato, Dr. Hans Ingomar Schreen, foi indicado por aclamação para ocupar a cadeira da AMRIGS no Conselho Estadual de Saúde. Na reunião de agosto a conselheira Dra. Mirian Beatriz Gehlen Ferrari questionou o afastamento da entidade e propôs o retorno. O ex-presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul, que compartilha da visão da Dra. Mirian, aceitou prontamente o cargo. 

O Conselho Estadual de Saúde se reune regularmente uma vez por mês ou, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente ou da maioria simples de membros.