sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dra. Norma Benvenuti lança seu terceiro livro

Dra. Norma Benvenuti (a esquerda) autografou o livro para a conselheira, Dra. Lia M. Cerutti Scortegagna

A conselheira e segunda secretária do CR, Dra. Norma Benvenuti lançou seu terceiro livro "Feijão com arroz: crônicas de amor à vida III". A médica escritora trata de saúde, educação e ainda dá conselhos para uma vida melhor.

A crônica que segue é parte do livro de Norma Benvenuti:

Tempos diversos 

'Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários'.
(Sta. Paulina.)


Os tempos modernos são outros. À roda das profissões, mais atividades se integram. Diversidades e adversidades. Umas dão-se as mãos. Outras titubeiam ao apertar a mão de outra profissão. Ou até da mesma ocupação.

O médico não anda mais a cavalo. Ou, por outra, cai, literal e frequentemente, do cavalo. Ou não se aventura a montar.

Os pacientes - pacientemente - aguardavam a figura do Médico. Do orientador. Do pastor. Do conselheiro. Do compadre. Do convidado. Guardado aquele doce para o doutor. Aqueles biscoitinhos. Se não havia como pagar, um acerto ficava na palavra. E esta era cumprida. Advogados não entravam neste acordo. Convênios? Que era isso? Todos eram particulares. Para mais ou para menos.

Altas horas. Um carro de praça parava em frente à casa. Batidas na porta. E lá se ia o doutor, com a maleta dos primeiros socorros.

O doutor, o pároco, prefeito e delegado eram autoridades que não se questionavam. A todas as festas eram convidados. Apertos de mãos selavam amizades e respeito.

O mundo foi andando... veio a urbanização. Escolas. Hospitais. Postinhos. Centros de Saúde. O conhecimento foi se espalhando e diversificando. Faculdades. Universidades. Ensino a distância. Videoconferências.

O vestibular para o Curso de Medicina continua sendo o mais requisitado. O filho(a) doutor(a). Aquele geniozinho. Se balançar, saltam fórmulas químicas de todos os órgãos dos sentidos. A meta é o domínio de alta tecnologia. Ir a fundo na mais alta fisiologia. Grandes centros urbanos os detêm. Mais se afastam de centros menores e, talvez, do humano.

A exigência da sociedade está mais aguçada. A internet entra na medicina de todos.

O estresse do dia a dia, emergência, situações com mais de uma resposta diagnóstica, tentativas de melhoria dos hospitais. Atendimento de 85% via SUS com preços aquém do atendimento. Processos jurídicos. O médico é mais um robô. A família é a que mais sente, a ausência, os silêncios, a ansiedade. Hipertensões. Insônias.

Apesar de todas estas situações negativas, a nobreza da profissão ainda continua. É hora de comemorar. União. Companheirismo. Tempo de reflexão. Uma olhadela para trás. Passos seguros em direção a mais um dia de trabalho, de atendimento a pessoas que acreditam que vale a pena confiar no seu médico.



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